"...Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus
permanece em vós, e já vencestes o Maligno."
I João 2:14b
Esta é
certamente uma das perguntas que mais se repetem nas mentes de diversos líderes
cristãos, em especial nas mentes daqueles que desenvolvem seus trabalhos
evangelísticos voltados para este grupo especial de pessoas, os jovens.
É comum se fazer esta pergunta pensando que a resposta será uma
estratégia, um método, algo que tenha dado certo em outros ministérios ou
igrejas e que possamos aplicar em nossa comunidade local, e isso é o que torna
a resposta para esta pergunta ainda mais difícil, afinal, não se trata de um
método, não existe resposta pronta para esta pergunta, mas sim, uma série de
perguntas, respostas e principalmente de atitudes.
Façamos não apenas
uma pergunta, mas algumas perguntas, e é justamente a resposta para estas perguntas,
que nos mostrarão não a resposta, mas o caminho que devemos seguir. Se o
objetivo é alcançar vidas para Cristo, sejam de diferentes idades, sejam jovens,
crianças ou adultos, ou de diferentes tribos, como dependentes químicos ou
quaisquer outros grupos específicos de pessoas, precisamos primeiramente olhar
para dentro de nossa comunidade, e podemos começar fazendo a seguinte pergunta:
“estamos preparados para receber este determinado
grupo de pessoas?”
O trabalho evangelístico
requer organização, estratégia e seriedade. Vendedores de produtos diversos se
empenham em alcançar seus clientes, mesmo sabendo que seus produtos são
passageiros e na maioria das vezes, supérfluos. O que diremos nós quando o
assunto é alcançar o perdido, e levar até ele a eternidade com Cristo através
da mensagem do Evangelho? Creio que nosso compromisso e empenho em obter bons
resultados deve ser maior do que um vendedor de carros.
Antes de simplesmente
sairmos às ruas com convites, é preciso que tenhamos condições para receber
estes visitantes, é preciso que a igreja local tenha bem definida sua visão e
posição missionária, que entenda seu papel como lugar de acolhida, é preciso
que a comunidade seja a família para os que foram abandonados, os amigos para os
que foram traídos, o perdão para os culpados, a extensão do amor de Deus para
os perdidos.
No livro de Atos 1:08,
encontramos uma promessa maravilhosa, e uma atitude resultante desta promessa,
a promessa é o Espírito Santo e o resultado é missões, o texto, que é base deste
ministério, nos diz: “Mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra”.
Note que geograficamente, a forma como as regiões foram citadas neste texto
bíblico, Jerusalém, Judéia e Samaria e confins da terra, formam um movimento de
dentro para fora. Saiba mais sobre esta visão em nosso site, clicando aqui.
Eis agora outras
perguntas que precisam ser feitas e respondidas com sinceridade, se queremos
obter sucesso em alcançar, neste caso, os jovens de nossa cidade para Cristo:
Minha
comunidade tem orado pelos jovens de minha cidade?
É indispensável dizer
que, se não regamos nossas ações com oração, se não buscamos a direção de Deus
para qualquer que seja a atitude a ser tomada, por mais bela e bem intencionada
que seja, torna-se apenas o que chamamos de ativismo religiosos.
Evangelizar não se
trata de ganhar território, mas de alcançar vidas, e neste processo devemos
contar com a ira de nosso adversário, o diabo, portanto é certo que nenhuma
estratégia humana produzirá efeito se o caminho não for preparado antes pela
oração. É comprovada a diferença entra trabalhos evangelísticos feitos sob a
cobertura da oração da igreja, é o que faz o sobrenatural acontecer quando o
potencial humano se esgota, e a salvação é sobrenatural.
Qual
a realidade dos jovens crentes de minha comunidade?
Quais são as
atividades que minha comunidade promove para os jovens que já fazem dela? Onde
eles se reúnem, com que freqüência, o que curtem, sobre o que falam? Estas são
perguntas importantes dentro da visão de dentro para fora, afinal o objetivo é
alcançar os jovens, mas depois de alcançados, o que encontrarão em sua
comunidade? E não se trata de entretenimento, trata-se de atraí-los, é principalmente
consolidá-los, sem de forma alguma arranhar o conteúdo, a verdade e a santidade
do Evangelho, fazendo uso, porém, das características típicas da juventude, a
força (I João
2:14).
Pensar do contrário
seria o mesmo exigir que o coral do Circulo de Oração cante Withecross no culto
de senhoras de uma igreja mais tradicional, não seria nada mal, mas certamente
causaria desconforto para as amadas irmãs, da mesma forma, é preciso que, além
de alcançar os jovens, a igreja esteja preparada para uma caminhada com eles.
Qual
a realidade cultural, social e até mesmo financeira de minha cidade?
Este é um dos motivos
pelo qual estratégias funcionam em algumas cidades e em outras não, fatores
culturais, sociais e até mesmo financeiros devem ser levados em conta se desejamos
evitar qualquer tipo de choque.
Por outro lado, é
preciso lembrar que para o cristão a diversidade é uma oportunidade, e que a
igreja que almeja levar as boas novas do evangelho deve ter também o objetivo
de enriquecer a realidade cultural e social de sua cidade, portanto, responder
a esta pergunta pode abrir um leque de oportunidades ainda não pensados,
oportunidades onde a igreja pode ser Corpo, balsamo, abraço, família. Saia do
templo antes de querer que os perdidos entrem nele!
Qual
a linguagem usada pelas tribos urbanas que pretendo alcançar?
É interessante como o
conhecimento da linguagem aproxima e torna possível a comunicação, e é neste
ponto que muitos trabalhos evangelísticos urbanos pecam, pois semelhante às tribos
indígenas, as tribos urbanas também possuem seus rituais, seus costumes e
muitas vezes demorar a aceitar a entrada de uma nova idéia. Trabalhos
missionários realizados com tribos indígenas são frutos de muita oração, dedicação,
estudos e a consciência de sua importância, não podemos ter uma visão diferente,
menor, para missões urbanas.
O
que minha comunidade pode fazer para alcançar estes jovens?
Agora sim, podemos
pensar mais claramente sobre o assunto, pois temos um ponto de partida, eu
ousaria responder a esta pergunta da seguinte forma: “sendo igreja”. Pois ser
igreja não significa oferecer entretenimento, ou ter uma agenda semanal de lotada
de atrações, ser igreja significa ser família, ouvir, compartilhar, caminhar,
ensinar e aprender juntos, a comunidade pode ser igreja, é o melhor que pode
fazer.
Podemos, e devemos considerar
as realidades sociais, culturais e econômicas sobre o local que pretendemos
alcançar, e organizar um mutirão, ou um dia de trabalhos sociais, no caso de
ser uma comunidade carente por exemplo. Aproveitar os profissionais de sua
comunidade para isso, dentistas, cabeleireiros, advogados, etc. Mas para o
sucesso deste tipo de atividade, é importante que a igreja possua forte consciência
missionária.
“E, perseverando
unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria
e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E
cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.”
Atos 2:46 e 47
O mais importante
disso tudo é a vida, é preciso viver o que se prega, o que se canta, é preciso
pagar um preço para que outras pessoas sejam alcançadas, o amor é a marca que
revela que somos filhos, que o Pai nos enviou Jesus como salvador. Não viver
publicamente esta fé é o mesmo que fracassar, pois somos
diariamente convocados a testemunhar nossa fé em Cristo e o mundo está cansado de conversa, anseia pela manifestação dos Filhos de Deus (Romanos 8:19).
O ministério Fogo para Missões tem o objetivo de auxiliar igrejas locais a desenvolver um trabalho evangelístico eficaz, na visão de dentro para fora, começando pela equipe de evangelismo local, passando pela igreja local e então alcançando a comunidade. Cremos no evangelismo com discipulado!
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